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Palestrante, Training, Consultor Comercial e Sócio do Cemitério Vertical Metropolitano em São Vicente - SP.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Santo Google 

Esse fato ocorreu em um dos cemitérios que presto acessória e consultoria de vendas.

Recentemente ao atender um dos consultores fui informado, pelo mesmo, que a visita que havia distribuída, no dia anterior, não tinha sido realizada devido à inexistência do numero, da residência, informado na ficha de visita.

Ele alegou que procurou insistentemente o numero mencionado e que a pessoa citada na visita não era conhecida, por ninguém, na região.

O sistema Google Mapas (com fotografias), ainda era novidade, havia tomado conhecimento, desse novo recurso, no fim de semana anterior ao ocorrido, por intermédio do meu sobrinho que me mostrará “todo orgulhoso” que havia sido fotografado pelo carrinho do Google próximo a sua casa.

Trabalhamos com agendamento de visitas pelo telemarketing, onde a operadora faz o contato com o prospecte convence-o a receber um consultor em sua casa para falar sobre prevenção familiar.

É muito comum, quando o endereço não é localizado, o consultor insinuar que a operadora não fez as anotações corretamente, ou que o interlocutor não tendo interesse no assunto, deu informações erradas, propositalmente, para não ser encontrado, etc...

Antes do Google “fotos”, ficava difícil a contestação, afinal eu já fui consultor e sei que isso, de fato, acontece “é lógico que não é na proporção que eles afirmam” (ou afirmavam).

Logo após o atendimento dos consultores (que ocorre todas as manhãs), resolvi tirar a prova dos nove e acessei o Google digitando o endereço e o numero mencionada na ficha de visita, e ... Lá estava a rua, a casa e o NUMERO!

Usando o ZUM enquadrei e evidenciei o numero da residência indicada com facilidade.

Ansiosamente aguardei o dia seguinte.

Quando o consultor chegou, para o atendimento, eu já tinha armazenado na tela do computador a imagem da residência.”aquela que ele havia alegado não existir”

Quando chegou a vez do seu atendimento eu lhe disse:

- Pois é meu amigo, quer dizer que você afirma com toda certeza que o endereço dessa visita não existe? Falei mostrando a visita para ele.

Ele confirmou e ainda enalteceu o empenho da procura.

Quase que babando, virei o monitor para ele e mostrei a rua casa “e para o meu deleite” O NUMERO.

Não resisti, tive que rir da cara que ele fez quando perguntou:

- Pô, chefe como você conseguiu essa imagem?
- Será que isso não é montagem?

Então falei sobre o atual recurso de busca do Google por fotos e ele “meio sem graça” se rendeu a prova do crime e ai antão começou um verdadeiro rosário de desculpas.

Ele alegou cansaço, cegueira, pernas doendo, diabetes e outras.

Não pude me conter e acabei achando graça da situação e relevei a sua falha, afinal ele sempre foi um ótimo vendedor, trabalha comigo há uns dez anos já passou, comigo, por três cemitérios e tinha que reconhecer que naquele dia da visita não encontrada, ele estava com uma agenda de compromissos bem complicada e um roteiro muito difícil.

Incorporei o Pinochet e entreguei a visita para ele, com a ressalva, para que a fizesse “sem falta” naquele mesmo dia.

Quando uma visita é agendada a operadora costuma anotar detalhes do contato que teve com o interlocutor o que acaba gerando uma classificação previa do potencia de compra da pessoa que será visitada.

No caso específico daquela visita eu a classifiquei como fraca, pois a prospecte residia em uma região muito humilde e havia informado que não tivera nenhuma perda, recente de entes queridos na família e que não conhecia o cemitério em questão, mas que aceitara a visita para ver as fotos do empreendimento e conhecer a proposta promocional da prevenção. “citada pela operadora”.

Acredito que devido ao perfil da visita o consultor ficará “cego” e embora tenha ido até o local ele não se esforçou o bastante para encontrar o numero, e o fato da região ter uma numeração bastante irregular colaborou com a cegueira oportuna dele.

Portanto, embora eu tivesse exigido que ele fizesse a visita, lá no fundinho, não depositava muita expectativa no resultado.

Quando fiz o atendimento dos retornos do consultor “Mr. Magôo” percebi que ele estava inquieto parecia queria me dizer algo, então perguntei:

- Você está com algum problema? Parece que você quer falar alguma coisa? Então ele disse:

- Chefe é o seguinte a gente já se conhece há muito tempo, não é verdade? assenti afirmativamente.
- Então eu vou lhe pedir uma coisa posso?

- É claro que pode!

- Você promete não fazer nenhum comentário sobre o que aconteceu?

- Eu disse: - Você pode pedir, mas só que eu não posso prometer silencio sem saber do que se trata!

Então ele abriu a pasta e colocou na minha mesa a VENDA da Visita sem NUMERO.

É claro que eu fiquei surpreso, afinal eu não esperava que houvesse uma venda, principalmente, de impacto, com aquela visita, o muito que eu espera, era que houvesse um retorno futuro com uma perspectiva longínqua de venda.

Não, eu não disse a ele, “Eu não ti disse?” (eu iria me sentir um pouco hipócrita se o fizesse), mas que esse assunto foi tema da próxima reunião, há isso foi.

Foi também mais um aprendizado para mim, não só com relação a essa nova tecnologia do Google, mas também como um alerta para que eu me reciclasse melhor quanto as minhas classificações e pré-julgamentos.

Ou seja, “AGENTE NUNCA SABE TUDO”, estamos sempre aprendendo e devemos reconsiderar os nossos conceitos e preconceitos sobre situações e pessoas.

Durval Tobias Filho

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